Eu sei que vocês não vão entender... Minha vida anda tão... merda, eu nem ia postar hoje. Maaaaaas hoje eu encontrei minha eterna menina, e tinha essa carta pra entregar, mas por ironia do destino, não deu. Então resolvi postar rs
Não sei se já conversamos, não sei se está lendo isso primeiro, não sei nada. Não sei se hoje chove, se faz sol, se é noite, se é dia, se está chorando, se está feliz, se está triste. Não sei se fui eu que te entreguei isso, não sei se alguém te entregou por mim. Não sei como anda tudo, não sei! A única coisa que sei é que dói escrever isso, dói mesmo. Essa manhã eu me levantei logo cedo, mas cedo do que costumo acordar no resto dos dias, me arrumei, fui pra escola, não vi cores, e fiquei me perguntando o porquê tudo isso está acontecendo. Entrei na sala de aula, todos ficaram olhando para minha cara, me acenaram, vieram me cumprimentar. Algumas pessoas perguntaram o que eu tinha, “Não tenho nada!” “Está em seus olhos Giovanna!” “Eu sei, e isso não é bom.” “O que não é bom?” “Eu saber...” “Hã?” “Nada não!” Sai andando, sem olhar, sem lembrar quem me perguntará isso. Sentei em uma mesa mais afastada, uma mesa que não era a minha, nem ao menos tirei o material da mochila, ou melhor, tirei um caderno e uma caneta, e olhe só, estou escrevendo pra ti esse bilhete. Será que eu tive coragem de dizer tudo olhando pra ti? Será que seus olhos me deixaram fazer isso? Será que comecei a chorar? Será que vi seus olhos derramando lágrimas de novo? Noite passada eu achei que seria fácil te escrever, que seria fácil olhar em teus olhos e dizer tudo o que está acontecendo. Mas não é fácil assim ficar com a cabeça erguida. Está sendo muito difícil isso, parece que estou deixando uma parte de meu coração em cada traço que escrevo, estou começando a sentir um vazio, parece que meu coração não está aqui, e talvez ele não esteja... Esteja ai contigo. – Mas temos que aceitar os fatos não é boneca? Olha, eu quero que você acorde todos os dias pela manhã, e pense no por que isso está acontecendo, e entenda que estou te protegendo. – Eu me lembro ate hoje de quando nos conhecemos. Estava um tempo agradável, nem frio, nem calor, era noite, e seus olhos brilhavam. Eles sempre brilharam não é mesmo? Acho que algumas coisas são impossíveis de se esquecer, pelo menos pra mim. Lembro da sensação que tive ao tocar em você, ao sentar naquele chão e ficar quieta enquanto você e o Guilherme conversavam. Me lembro também da tremenda vergonha que eu estava. Lembra da sensação que foi tocar meu lábios? Pois é, eu me lembro do que senti ao tocar os seus. Nunca irei me esquecer! – Não sei ao certo o que escrever nesse bilhete, que nem é mais um bilhete, é uma carta mesmo, não diria a ultima carta, não quero que sejas a ultima carta. – Você deve estar morrendo de ódio de mim não é boneca? e talvez, tudo isso esteja doendo mais em mim por ver quão otária eu sou. – Não vou chegar aqui e dizer que o amor esfriou, por favor, não pense isso, nunca! Eu te amo sabe? Eu sempre te amei, mesmo com tudo, mesmo depois de tudo, eu sempre fui sua. E de certa forma sempre serei. – Eu estou aqui sentada em uma carteira da escola, uma carteira feia e suja, nem sei ao certo em que aula estou, sei que tem uma professora feia e gorda lá na frente que não para de falar, foda-se, nunca gostei muito da escola mesmo. E hoje então, menos ainda. Mas deixa eu te dizer, quando você chegar na escola estude ok? Serio, preste atenção nas aulas, faça as lições de casa, corra atrás do que quer, porque eu quero que lá na frente, no seu futuro, eu esteja te olhando pegar o diploma, por que não, não é mesmo boneca? – A sala de aula está um puta barulho, mas eu consigo ouvir meu coração batendo mais fraco, cada vez mais fraco, como se fosse parar. Consigo ouvir ele se quebrando, como um copo caindo no chão. “Eu não acredito em ti Giovanna!” “Acredite boneca, acredite!” – E sentada aqui olhando as pessoas conversaram aleatoriamente, sem prestar atenção no que de fato elas falam, segurando seu anel em minhas mãos suadas, eu procuro palavras para escrever nesta folha feia e velha, palavras delicadas que não te machuquem, não quero mais te machucar. Eu sinto e vou sentir sua falta. Mas não posso, não posso admitir que sinto sua falta, pois sei que isso fará mal a mim, fará mal a você, eu sinto que fará. – Nossa, estou no intervalo, e sabe o que tem hoje? Maçã... Coma uma boneca, e sempre que comer se lembre de mim. Mas não venha dizer que não quer, que não está com fome, por que você sempre está com fome... Eae, já pegou a maçã? Vá, coma! – Saia de casa, conheça as pessoas, seja feliz, por mim, por nós. - Na verdade eu nunca irei sair daqui, lembra que te prometi estar sempre ao teu lado? Então, eu não irei embora, eu ficarei aqui! Tenho medo sabia? Medo que o mundo te faça alguma coisa, medo que alguém te machuque e seja tão filha da puta P S I will love you till the end.
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